segunda-feira, 29 de junho de 2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

A SAGA DO POETA

Já não tão compreendido,
contudo, ainda mais resoluto, caminha o poeta...
Pelos campos de um ignoto tempo,
muitas vezes, solitário a caminhar...
Na cotidiana luta com as palavras
sua alma se aquieta.
No arrulho do seu coração a pulsar,
á poesia renasce - uma fonte a borbulhar.

Em qualquer barulho ou silêncio lampejante,
seu ensejo é insaciável.
Na persistência do seu indomável olhar,
o sonho interminável...

Tão docemente e contente,
sua dor e tristeza não o faz indiferente.
De pólo a pólo a caminhar, vais perdido de encanto
pelo lume das estrelas e do luar.
Sabe rir ou chorar,
saber que seu caminhar é para frente.
O mistério insigne do seu canto:
O eterno acreditar...

Rikardo Barretto

BARQUEIRO DO VELHO CHICO


Barqueiro do Velho Chico
Veleja nas águas que dançam
Sobre o sol do sertão
Do rio tira o seu sustento
A contento da sua alma
Agradece a provisão

Barqueiro do Velho Chico
Solitário na sua labuta
Segues com fé no coração
Tens a paciência pra entender
A ciência do templo
E dos ventos que lhe dão a direção

Barqueiro do Velho Chico
Rema nas límpidas águas
Cheios de calos as suas mãos estão
Nas terras sempre quentes
 Soprar a brisa fresca no rosto
Num ritmo duma canção

Barqueiro do Velho Chico
Com a alma em enlevo
Celebra a vida em profusão
Do rio que agoniza
E não perde a sua pujança
Mas que precisa de preservação

Rikardo Barretto Poesia e imagem