quinta-feira, 9 de maio de 2013

NOITES DE OUTONO II

No transitório silêncio
Em minha'alma
À mercê do tempo e das horas 
Porém ao meu bel-prazer
Arrebatado sou no regaço da noite
Aquém de devaneios 
De um sobre-humano olhar
Além de desvairados pensamentos
Sob o fulgor das estrelas
E do luar de outono
Desentranho-me em meus intrínsecos
Segredos e mistérios
Envolvendo-me, 
Abraçando-me a noite
Nas suas reentrâncias inefáveis 
Eleva-me a incertos desígnios 
E ensina-me sem qualquer palavra
No voo do pássaro noturno
Nos campos cobertos pelo breu
De mais uma noite de outono
Avisto ao longe
No horizonte quieto
O lume translucido das luzes 
Da cidade
Tácito as observo
E assim fico por um certo tempo
inebriado e extasiado 
No tempo unânime e atemporal
No mais simples momento
De estimável valia 
Nessa cadência
Meus pensamentos vão sendo
Lavrados no absoluto
Silêncio da noite