segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Tácito

Eu quis falar...
Mas, transpassado fui
Por um vago silêncio, 
E, emudecido fiquei
Com o pesar
Dos meus desacertos 
Humanos.
Sem voz audível
Fiquei por instantes,
e, assim, tácito
Em meus dispersos
Pensamentos,
Divagaram meus olhos
(Tão cheios de esperanças)
Sobre o inexorável horizonte
Edificado de silêncios.  
E, agora, já não quero
Mais falar...

Rikardo Barretto


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Clara Madrugada

Silente silêncio
Clara madrugada
Fria e imutável
Vertendo Melancolia
Nuvens turvas
Úmido orvalho
Sobre os campos frescos
Suspiro de vento
Ventania obstinada
Sobre as árvores 
E mansamente as folhas 
Vão ao chão 
Em um efêmero baile 
Ziguezagueando ao esmo
Em um vicioso 
Vai e vem ébrio
E assim
Em seus segredos 
E mistérios 
A noite, me envolve
Me abraça ternamente
E banha o meu olhar 
De luar e sonhos
Devaneios que sempre
Reiterarão a cada 
Nova madrugada

Rikardo Barretto