domingo, 15 de abril de 2012

TAL COMO NUNCA

Tal como nunca quero estar junto a ti,
Para te amar mais do que ontem
E menos do que amanhã.
Cada segundo que passa
Aumenta o meu desejo de contigo estar,
Por ser cada vez maior a razão e esperança 
Que nos uni (o amor, o próprio amor.) 
O amor que não guarda rancor,
E que acima de tudo é sempre generoso;
O amor compromissado em dar sem reservas,
Sem ter nenhum compromisso ou interesses 
Mesquinhos de receber algo em troca;
"O amor que tudo vence, tudo suporta,
Tudo espera e tudo crê,"
Por ser a força da razão.
Razão essa que nos leva a agirmos 
De forma sensata e ponderada
Em meio a emoções e sentimentos efêmero.

Tal como nunca quero viver esse amor,
mesmo quando as circunstâncias 
Não favoreçam  livremente a sua progressão.
Eu lutarei para que ele cresça e perdure
Com o objetivo de fazê-te  feliz ao meu lado.
Renunciarei sempre que possível e preciso
A minha vontade pelo teu bem-estar
E pela tua alegria. Para que saiba:
- A minha alegria é ver a tua alegria.
Jamais esqueça disso: - O meu desejo
É vê-te sempre com o sorriso estampado no rosto
Externando a alegria
Emanada do teu interior.

Eu bem quisera, tal como nunca,
Ser mais forte do que sou
Para te amar mais e mais;
Para querer teu bem-querer
E ser teu companheiro e amigo
Em todos os momentos e situações.
A prova do meu amor por ti, consiste 
Em dar tudo de mim
Para fazê-te feliz.
E esta, sempre, será a forma de eu te dizer:
- Te amo. sim, te amo!!!
Não como antes e tal como nunca,
Te amo!!!

Rikardo Barretto





quarta-feira, 11 de abril de 2012

MEU AMOR

À vida ofereço meu amor.
Meu amor é tudo o que tenho.
(Porém, trago, também 
Minhas imperfeições,
Meu mau humor;
Minhas chatices;
Minhas tristezas;
Minhas dores.)
- Meu amor, 
Meu amor és assim...
Em ordens sobre-humanas
Em busca da felicidade,
Sobre tudo o que sou,
Sobre tudo o que tenho.
Levo, nos lábios, um sorriso.
Minha canção vai comigo,
Sou grato a vida.
Contudo, meu amor 
Pela vida é relativo
E sem nenhum itinerário.
Obvio que a amo,
Mas abdico-a para viver.

Rikardo Barretto



terça-feira, 10 de abril de 2012

NOITES DE OUTONO I

Do fulgir do sol a alta-noite
Quero mais tempo para meu olhar
Enquanto, todos dormem
Vejo o céu que resvala
Na noite que lavra minhas palavras
Na noite que abre as asas 
E voa dos meus olhos
Levada pelo vento dos sonhos
Entre conchas desses sonhos
E areias de pensamentos
Ao som embevecido
De ondas de um mar bravio
De desejos que rasgam
As súbitas noites de outono
Correm dos meus olhos, o sono
a divagar pelas vertentes 
Do meu pensar
Que sempre reverberou-me
Em meu silêncio 
No olhar tênue, trêmulas estrelas
Prisioneiras da solidão
Azuis e verdes
Violetas e vermelhas
No súbito  caleidoscópio 
Na imensidão dos céus
A pintar meu rosto
Em contrastes de cores
E banhar minhas palavras
Ao lume translucido do luar
Na clarividência
Do dia que presto virá


Rikardo Barretto



terça-feira, 3 de abril de 2012

QUIMERA DE UMA PAIXÃO

Quisera tê-la, tão somente 
Em meu intrínseco querer,
(diluída em meus poros,
Como a água absorvida  
Por terra árida) 
Quisera vê-la, não somente, 
Em efêmero sonho:
No céu lírico 
De estrelas cinzas
No luar quimérico
De uma noite
Esquecida no esmo
A bailar o pólo do pensamento
Impelido pelas correntes
Impetuosas do vento.
- A ressonância de uma
Tremula voz
Vestida de palavras 
Que sangram
Sobre a densa sombra de bruma
A ocultar o horizonte
Que dormi arrefecido
Silencioso, obscuro
Debruçado em minh'alma 
Inerte no sonho
No gélido olhar,
- Quimera de uma paixão.
(Por querê-te, deveras,
Intensamente, desvairadamente 
Deixo-te livre).

Rikardo Barretto






domingo, 1 de abril de 2012

IGNOTOS POETAS

E houvesse paz no vosso discurso 
E dos sepulcros
Acordassem as boas ações...
Por vãs glórias, 
Por lágrimas vertidas,
Jaz cálido o vosso amor.
- Lembrassem os sonhos
Debruçados no ontem infido
Nos dias turvos 
Acompanhado do vazio 
Das vossas palavras.
Vivereis, erroneamente,
Na vossa inquietude
De sempre hesitar...
Ereis tênue raiz 
Oscilada pelo vento antepassado 
No mar revolto
De um saudosismo de constelações
Preso no olhar,
Que assim em abstrato 
E pretérito tempo
Sobre torrentes inebriantes
De uma outrora canção 
Encarcera-se  em solicito 
E tolhido silêncio.
- Filhos do incógnito,
(Ignotos poetas)
Houvesse vida em vossos versos
E houvesse poesia em vós 
Ereis poetas vivos...

Rikardo Barretto