domingo, 23 de setembro de 2012

Pássaros

Ao lusco-fusco
Na contra-luz 
Dos arabescos do sol
O findar de mais um dia
Mais um crepúsculo
Em que voam os pássaros
Apresadamente
Em busca das copiosas
E frondosas árvores
Que fremem vagarosamente
Impelidas pelo vento veemente
Palpitam, assim, os galhos
Pelo alvoroço 
Frenético e constante
(Sobem, descem
E pulam pelos galhos e troncos)
Procuram o melhor lugar
- O refúgio das intempéries
da noite
E entre gorjeios e cantos
Vão lentamente 
Se aquietando
Na bruma melancólica 
Das folhagens
O sol já não aquece
E, assim, inertes 
Sobre o lume das estrelas
Esperam o amanhecer 
De um novo dia

Rikardo barretto



sábado, 15 de setembro de 2012

A vida em si expressa o querer intrínseco do Eterno,
O desejo pujante do âmago da própria existência. 


Rikardo Barretto


sábado, 8 de setembro de 2012

"Há poesia, em certas imagens, que não encontramos em poema algum....

Rikardo Barretto


domingo, 2 de setembro de 2012

NO TEMPO DO PENSAMENTO

No desejo desgarrado 
Do inexpressível
Em sonhos e devaneios 
Poesia e canção

Rebusco o alento
E as cores dos sonhos
Mas meu lábios trêmulos 
Balbuciam palavras vazias 

Sou um pólen da noite
No instante existente
Distante, sem itinerários 
À proa do tempo

No meu silêncio
Sólido e monótono 
- A implacável solidão -

Tão perto...
Nua e fria.
Tão inerente...

No mais longínquo
Momento do meu ser
permaneço taciturno                
no tempo do pensamento