Eu quis falar...
Mas, transpassado fui
Por um vago silêncio,
E, emudecido fiquei
Com o pesar
Dos meus desacertos
Humanos.
Sem voz audível
Fiquei por instantes,
e, assim, tácito
Em meus dispersos
Pensamentos,
Divagaram meus olhos
(Tão cheios de esperanças)
Sobre o inexorável horizonte
Edificado de silêncios.
E, agora, já não quero
Mais falar...
Rikardo Barretto
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Clara Madrugada
Silente silêncio
Clara madrugada
Fria e imutável
Vertendo Melancolia
Nuvens turvas
Úmido orvalho
Sobre os campos frescos
Suspiro de vento
Ventania obstinada
Sobre as árvores
E mansamente as folhas
Vão ao chão
Em um efêmero baile
Ziguezagueando ao esmo
Em um vicioso
Vai e vem ébrio
E assim
Em seus segredos
E mistérios
A noite, me envolve
Me abraça ternamente
E banha o meu olhar
De luar e sonhos
Devaneios que sempre
Reiterarão a cada
domingo, 23 de setembro de 2012
Pássaros
Ao lusco-fusco
Na contra-luz
Dos arabescos do sol
O findar de mais um dia
Mais um crepúsculo
Em que voam os pássaros
Apresadamente
Em busca das copiosas
E frondosas árvores
Que fremem vagarosamente
Impelidas pelo vento veemente
Palpitam, assim, os galhos
Pelo alvoroço
Frenético e constante
(Sobem, descem
E pulam pelos galhos e troncos)
Procuram o melhor lugar
- O refúgio das intempéries
da noite
E entre gorjeios e cantos
Vão lentamente
Se aquietando
Na bruma melancólica
Das folhagens
O sol já não aquece
E, assim, inertes
Sobre o lume das estrelas
Esperam o amanhecer
De um novo dia
Rikardo barretto
Na contra-luz
Dos arabescos do sol
O findar de mais um dia
Mais um crepúsculo
Em que voam os pássaros
Apresadamente
Em busca das copiosas
E frondosas árvores
Que fremem vagarosamente
Impelidas pelo vento veemente
Palpitam, assim, os galhos
Pelo alvoroço
Frenético e constante
(Sobem, descem
E pulam pelos galhos e troncos)
Procuram o melhor lugar
- O refúgio das intempéries
da noite
E entre gorjeios e cantos
Vão lentamente
Se aquietando
Na bruma melancólica
Das folhagens
O sol já não aquece
E, assim, inertes
Sobre o lume das estrelas
Esperam o amanhecer
De um novo dia
Rikardo barretto
sábado, 15 de setembro de 2012
domingo, 2 de setembro de 2012
NO TEMPO DO PENSAMENTO
No desejo desgarrado
Do inexpressível
Em sonhos e devaneios
Poesia e canção
Rebusco o alento
E as cores dos sonhos
Mas meu lábios trêmulos
Balbuciam palavras vazias
Sou um pólen da noite
No instante existente
Distante, sem itinerários
À proa do tempo
No meu silêncio
Sólido e monótono
- A implacável solidão -
Tão perto...
Nua e fria.
Tão inerente...
No mais longínquo
Momento do meu ser
permaneço taciturno
no tempo do pensamento
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
PÁSSAROS PEREGRINOS
Pássaros peregrinos,
Buscam o verão.
Do inverno fogem,
Mas sempre voltarão.
O passado não passa mais,
Se é presente em nossa mente,
O futuro complicará demais...
Quando o inverno passar,
Os campos vão florir,
A alegria voltará a fluir.
E, assim, a vida se renovará
Como um ciclo sem fim,
Isso nos ensina a não desistir e lutar.
A vida é muito mais
Do que podemos imaginar,
E, somente, quem for capaz
Entenderá e intensamente viverá...
Pássaros peregrinos
Se encontrarão,
Sempre, em uma nova
E diferente estação.
Seguem, então, o ciclo da vida
Em cada chegada
E em cada partida.
Rikardo Barretto
(Uma de minhas canções)
TERRA DA BARRAGEM (Sobradinho-BA)
Oh! terra da barragem,
o que falta ao teu povo?
Será que é a coragem,
ou a incúria de novo?
Por que dormes as margens
das correntes da tua liberdade?
Ficarás preso as miragens
e não verás a tua realidade?
Oh, o teu ultraje advém
trajado a caráter e sem pudor!
Não podes ocultar
nem teu sofrer, nem a tua dor!
Por que se lamentar?
Tuas lamúrias não vão te libertar!
Oh, desperta-te, vai avante,
doravante é preciso lutar!!
Rikardo Barretto
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Poeta que é poeta
Poeta que é poeta
Não caminha na linha
Na sua estrada poética
Não há entrave nas entrelinhas
Entrega-se aos versos
Entrelaça-se as palavras
Como terra arada, semeia-se
- Eis seus versos em lavra
Lavoura de pensamentos
Regadas por lágrimas e lembranças
Nutridas pelo silêncio e solidão
No eterno olhar de criança
Poeta que é poeta
Sabe o tempo de esperar
A dor e o desejo
segunda-feira, 11 de junho de 2012
A REVOLTA DOS VENTOS
Um som em meu coração,
Vocifera impiedosamente,
Tal som lúrido
A ecoar do meu âmago.
Basta-me, agora
Minha alma prófuga de mim,
Na profusão dos meus sentidos
- Turbilhões de pensamentos,
Lembranças e recordações.
Assim, sou eu, lucidamente,
Em lancinantes devaneios...
Navego no mar
Revolto do meu ser,
Sem remos e a deriva
Nesse mar de loucos desejos.
Perto... Longe...
Em sussurrante silêncio,
Extinguindo-se, pelo tempo.
Me decomponho...
Me recomponho...
Conduzo meu corpo
Esmaecido,
Pelo frio da minha alma,
Na noite que me envolve,
Vazia e fria.
Tudo que vai e vem,
Numa ambígua trajetória,
A ermo, ao esmo,
Para ser esquecido
Na revolta dos ventos!!!
Rikardo Barretto
sábado, 9 de junho de 2012
Minha Busca
Procurei desesperadamente, por alguém que me compreendesse, Alguém que se importasse com o meu estado de plena solidão... Não encontrando, apesar da incessante busca. Então, vi um vendaval levar meus sonhos, os meus mais lindos sonhos que guardava no meu coração. O castelo de sonhos com ímpeto pujante foi ao chão, deixando em ruínas o que outrora era esperança dentro de mim.
Estive só, caminhei desnorteado pelo deserto. A minha vida era árida e tinha o gosto amargo do fel, e quando eu não esperava, de repente, algo aconteceu... Tudo o que procurava foi me revelado, literalmente uma revelação do céu: O Autor da vida, que se fez carne (forma de homem) e habitou entre nós (no mundo), e como cordeiro de Deus, foi sacrificado, isto é, morreu numa cruz para remir a todos os pecadores arrependidos e contristados para servi-lo e adorá-lo para todo o sempre. Então, arrependido de coração me entristeci, me constrangi com tão imenso amor.
Abri meu coração, me veio a alegria da salvação!! Uma paz imundou o meu ser por completo!! O deserto tornou-se em manancial!! A solidão não subsistiu Gloriosa Presença, do Autor da vida, que achou guarida em meu pequeno coração.
Agora sei que Ele sempre pensou em mim. Sempre entendeu até o que eu não externava e pensava. O Seu amor é singular; é impar; é tudo o que sonhei... É tudo o que eu buscava; é tudo o que sempre precisei...
O Seu amor me preenche, não há mais vazios, não há mais faltas em mim. Não busco mais encontrá-Lo, na minha busca, Ele me encontrou!!!
domingo, 15 de abril de 2012
TAL COMO NUNCA
Tal como nunca quero estar junto a ti,
Para te amar mais do que ontem
E menos do que amanhã.
Cada segundo que passa
Aumenta o meu desejo de contigo estar,
Por ser cada vez maior a razão e esperança
Que nos uni (o amor, o próprio amor.)
O amor que não guarda rancor,
E que acima de tudo é sempre generoso;
O amor compromissado em dar sem reservas,
Sem ter nenhum compromisso ou interesses
Mesquinhos de receber algo em troca;
"O amor que tudo vence, tudo suporta,
Tudo espera e tudo crê,"
Por ser a força da razão.
Razão essa que nos leva a agirmos
De forma sensata e ponderada
Em meio a emoções e sentimentos efêmero.
Tal como nunca quero viver esse amor,
mesmo quando as circunstâncias
Não favoreçam livremente a sua progressão.
Eu lutarei para que ele cresça e perdure
Com o objetivo de fazê-te feliz ao meu lado.
Renunciarei sempre que possível e preciso
A minha vontade pelo teu bem-estar
E pela tua alegria. Para que saiba:
- A minha alegria é ver a tua alegria.
Jamais esqueça disso: - O meu desejo
É vê-te sempre com o sorriso estampado no rosto
Externando a alegria
Emanada do teu interior.
Eu bem quisera, tal como nunca,
Ser mais forte do que sou
Para te amar mais e mais;
Para querer teu bem-querer
E ser teu companheiro e amigo
Em todos os momentos e situações.
A prova do meu amor por ti, consiste
Em dar tudo de mim
Para fazê-te feliz.
E esta, sempre, será a forma de eu te dizer:
- Te amo. sim, te amo!!!
Não como antes e tal como nunca,
Te amo!!!
Rikardo Barretto
quarta-feira, 11 de abril de 2012
MEU AMOR
À vida ofereço meu amor.
Meu amor é tudo o que tenho.
(Porém, trago, também
Minhas imperfeições,
Meu mau humor;
Minhas chatices;
Minhas tristezas;
Minhas dores.)
- Meu amor,
Meu amor és assim...
Em ordens sobre-humanas
Em busca da felicidade,
Sobre tudo o que sou,
Sobre tudo o que tenho.
Levo, nos lábios, um sorriso.
Minha canção vai comigo,
Sou grato a vida.
Contudo, meu amor
Pela vida é relativo
E sem nenhum itinerário.
Obvio que a amo,
Mas abdico-a para viver.
Rikardo Barretto
terça-feira, 10 de abril de 2012
NOITES DE OUTONO I
Do fulgir do sol a alta-noite
Quero mais tempo para meu olhar
Enquanto, todos dormem
Vejo o céu que resvala
Na noite que lavra minhas palavras
Na noite que abre as asas
E voa dos meus olhos
Levada pelo vento dos sonhos
Entre conchas desses sonhos
E areias de pensamentos
Ao som embevecido
De ondas de um mar bravio
De desejos que rasgam
As súbitas noites de outono
Correm dos meus olhos, o sono
a divagar pelas vertentes
Do meu pensar
Que sempre reverberou-me
Em meu silêncio
Em meu silêncio
No olhar tênue, trêmulas estrelas
Prisioneiras da solidão
Azuis e verdes
Violetas e vermelhas
No súbito caleidoscópio
Na imensidão dos céus
A pintar meu rosto
Em contrastes de cores
terça-feira, 3 de abril de 2012
QUIMERA DE UMA PAIXÃO
Quisera tê-la, tão somente
Em meu intrínseco querer,
(diluída em meus poros,
Como a água absorvida
Por terra árida)
Quisera vê-la, não somente,
Em efêmero sonho:
No céu lírico
De estrelas cinzas
No luar quimérico
De uma noite
Esquecida no esmo
A bailar o pólo do pensamento
Impelido pelas correntes
Impetuosas do vento.
- A ressonância de uma
Tremula voz
Vestida de palavras
Que sangram
Sobre a densa sombra de bruma
A ocultar o horizonte
Que dormi arrefecido
Silencioso, obscuro
Debruçado em minh'alma
Inerte no sonho
No gélido olhar,
- Quimera de uma paixão.
(Por querê-te, deveras,
Intensamente, desvairadamente
Deixo-te livre).
Rikardo Barretto
domingo, 1 de abril de 2012
IGNOTOS POETAS
E houvesse paz no vosso discurso
E dos sepulcros
Acordassem as boas ações...
Por vãs glórias,
Por lágrimas vertidas,
Jaz cálido o vosso amor.
- Lembrassem os sonhos
Debruçados no ontem infido
Nos dias turvos
Acompanhado do vazio
Das vossas palavras.
Vivereis, erroneamente,
Na vossa inquietude
De sempre hesitar...
Ereis tênue raiz
Oscilada pelo vento antepassado
No mar revolto
De um saudosismo de constelações
Preso no olhar,
Que assim em abstrato
E pretérito tempo
Sobre torrentes inebriantes
De uma outrora canção
Encarcera-se em solicito
E tolhido silêncio.
- Filhos do incógnito,
(Ignotos poetas)
Houvesse vida em vossos versos
E houvesse poesia em vós
Ereis poetas vivos...
Rikardo Barretto
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